Por Dionéia Gaiardo
Na noite do dia 19/01/2023 em uma parceria entre Epoché Filosofia Clínica e Casa da Filosofia Clínica, aconteceu o “1º Encontro Online Epoché: A Prática da Filosofia Clínica” com a coordenação e condução do Filósofo Clínico Fernando Fontoura.
Nessa noite de construções compartilhadas tivemos a honra de ouvir e conversar com o professor Hélio Strassburger, referência em prática clínica no Brasil e porque não dizer, no mundo.
Ele que publicou recentemente o artigo intitulado “Filosofia Clínica e Discurso Existencial” na revista Silex pela UARM, Universidade Antonio Ruíz de Montoya, de Lima no Peru.
Uma das maracas do professor Hélio em sua trajetória tem sido ouvir e cuidar das singularidades postas à margem, internadas, se não em hospitais psiquiátricos, em diagnósticos, tipologias, medicações psiquiátricas que anulam ao invés de revelar as singularidades de cada um.
Em seguida, ouvimos o relato de três alunos do professor Hélio, formados pela Casa da Filosofia Clínica. Fernando Fontoura nos contou como foi importante encontrar a filosofia clínica, em especial o conceito de singularidade e um método que desse conta de fazer essa singularidade aparecer. Fernando agradeceu ao professor Hélio por ter levantado em aula o assunto da antipsiquiatria, o qual estuda e reflete até hoje.
Depois ouvimos Dionéia Gaiardo que contou como foi aprender e descobrir o papel existencial no exercício de ser terapeuta e as marcas da Casa da Filosofia Clínica como o acolhimento do professor Hélio com um abraço na chegada às aulas, o café e os bolos aniversário feitos pelas mãos da Diretora da Casa da Filosofia Clínica e artista plástica , Márcia Baroni.
Por último, ouvimos Miguel Angelo Caruzo, que conheceu o professor Hélio quando este ainda tinha barba preta, enfatizando que sua característica fundamental é o acolhimento com um abraço. Atitude que passou a adotar em seus atendimentos presenciais. Ele ainda ressaltou o caráter emancipatório da Filosofia Clínica, que ocorre tanto com o terapeuta quanto com o partilhante.
A última atividade da noite foi a mesa redonda: O Chão de Fábrica. Um vice-conceito (metáfora) usado por nós filósofos clínicos e filósofas clínicas e que significa a prática da Filosofia Clínica no consultório. A mesa teve a participação de Hélio Strassburger, Fabiano Santos, Paulo Alves Filho, Flora Bonilha, Miguel Angelo Caruzo, Fernando Fontoura, com mediação de Dionéia Gaiardo.
Na conversa foram abordados assuntos caros à prática da Filosofia Clínica tais como as adequações e autogenias (mudanças, movimentos) dos partilhantes, a categoria tempo e seus desdobramentos em clínica, a necessidade da boa redução fenomenológica para que essa singularidade possa aparecer em clínica na versão original de cada partilhante. A conversa seguiu com o tema da aplicação do método da Filosofia Clínica em empresas, experiência compartilhada especialmente pela filósofa clínica Flora Bonilha em sua atuação na área de recursos humanos, além de sua atuação em clínica.
O encerramento da mesa ficou com o professor Hélio que nos ensinou que “Me parece que encerramentos não existem, a vida tem me ensinado, eu tenho aprendido que , que no máximo, a gente coloca uma vírgula para poder seguir por outros caminhos”.
O coordenador da Epoché Filosofia Clínica, Fernando Fontoura e a Diretora da Casa da Filosofia Clínica, Márcia Baroni, agradeceram a presença de todas as pessoas e também as contribuições feitas na “Vakinha” online para o projeto social Altruísmo Eficaz do filósofo Peter Singer.
Fica o desejo e a expectativa do próximo encontro!