Por Fernando Fontoura
Depressão, ansiedade, dificuldade de concentração, relacionamentos dificultosos, problemas internos de autoconhecimento, problemas de relacionamento em qualquer nível – trabalho, afetivos, escolares etc. – síndromes e transtornos de comportamento ou de pensamento, qualquer coisa que se ouve ou se vê por aí que leve uma pessoa a procurar um terapeuta, seja psicólogo, psicanalista ou das terapias complementares, a filosofia clínica atua de forma mais ampla e simples. Como assim?
Mais ampla porque compreende o funcionamento que está por trás do comportamento da pessoa. A estrutura subjacente que apoia os comportamentos indesejáveis, sejam mentais ou no mundo, a filosofia clínica compreende de forma ampla e por isso tem uma visão panorâmica e abrangente dos modos de ser e de pensar da pessoa.
Mais simples porque a metodologia não contempla teorias de personalidade, de comportamentos, de natureza humana ou de normalidade, mas simplesmente compreende o outro a partir de suas próprias características e jogos de significados e linguagens que ele mesmo traz. Esses fenômenos que aparecem a partir do outro são traduzidos para ele de forma mais clara, ampla e “funcional” ao invés de falar de teorias ou “teses” comportamentais ou diagnósticos “científicos”.
O que a filosofia clínica alcança em compreensão dos modos de ser e de pensar do outro ainda nenhuma outra terapia alcançou, ou alcançam em separado, uma aceitando a linguagem própria do outro e outra tentando compreender o funcionamento dos modos de ser e pensar, mas separadas uma da outra.
A noção de conjunto que a filosofia clínica proporciona ao compreender a estrutura interna do outro dentro de sua apropria história de vida e suas representações de mundo proporciona a quem entra em contato com ela uma maior assertividade nas suas questões. Isso não quer dizer sempre que seja uma terapia rápida, pois o tempo terapêutico varia de acordo com cada um e de acordo com as questões que surgem, mas, independente do tempo terapêutico, a forma de autoconhecimento ou de atuação frente às questões que aprecem são mais amplas e assertivas.
O que cada um procura na terapia, o seu bem-viver seja ele o que for, tem prioridade em filosofia clínica pois aquele que faz sua terapia é sempre, do começo ao fim, a referência principal no processo terapêutico.