Por Fernando Fontoura
Acredito que quem vai a um padre para se confessar, quer exatamente a solução que o padre vai dar, sejam orações ou conselhos. Quem vai a uma cartomante quer exatamente a solução que ela vai dar. Então, um adulto que vai a um psiquiatra por livre vontade – desconsidero aqui as crianças e jovens que vão de forma criminosa pressionadas pelas escolas, planos de saúde e outras formas de pressão social e/ou institucional – vai procurando exatamente a solução que o psiquiatra tem a oferecer, qual seja, psicoativos.
Até aí não vejo problemas. A questão é que mesmo você recebendo aquilo que foi buscar, a explicação das causas do que você tem, seja ansiedade, depressão ou dificuldade de atenção ou qualquer outra coisa, é mentirosa e enganosa. Poderia ir alguém buscar psicoativos em um psiquiatra dizendo que é isso que quer e o psiquiatra receitar sem dizer que isso afeta uma doença biológica em seu cérebro, mas simplesmente alertar o usuário dos efeitos que a droga pode causar em curto e longo prazo de uso. E assim evitaria as mentiras fantasiadas de ciência médica!
Aliás, porque essa é a verdadeira profissão do psiquiatra hoje em dia, receitar psicoativos. Então, ele deveria saber de todos os efeitos dessas drogas a curto, médio e longo prazo e alertar o usuário disso. Ponto final! Nada de histórias de Papai Noel ou de Coelhinho da Páscoa sobre desequilíbrios químicos no cérebro e blábláblá…
Para as drogas de ansiedade, só para listar alguns efeitos, poderia dizer o psiquiatra: insônia, aturdimento mental, movimentos involuntários, ansiedade (?, isso mesmo!), fadiga corporal e mental, náusea, vômitos, diarreia, irritabilidade, tontura, fraqueza, instabilidade mental, sonolência, perda da coordenação muscular, dores de cabeça etc. etc. etc. Ah, isso são os efeitos a curto prazo. Os de longo prazo podem ser, depressão severa, pensamentos suicidas, confusão de sentimentos ou embotamento emocional, hostilidade e raiva, impulsos agressivos e alucinações.
Sobre os para depressão, além de alguns dos efeitos acima relatados, problemas de ejaculação, perda de apetite, tremores, boca seca, diminuição do desejo sexual, indigestão, suores, taquicardia etc. Os de longo prazo, pensamentos suicidas, alterações da visão, alucinações, hostilidade, confusão mental etc. etc. etc.
Para os psicoestimulantes além dos outros acima mencionados, agressão, angina, anorexia, visão borrada, alucinações, palpitações no coração, hipersensibilidade mental e dos cinco sentidos, aumento da irritabilidade, tiques involuntários, problemas no fígado, desordem mental, comportamentos violentos, perda de peso, comportamento “zumbi” etc. Os de longo prazo, todos os de cima juntos.
Para os estabilizantes de humor, além dos muitos acima relatados, espasmos musculares, perda do controle da bexiga, inquietação mental e corporal, estupor mental, movimentos incontroláveis da língua, arritmia cardíaca, convulsões, problemas de tireoide etc. Para os de longo prazo, vertigem severa, zumbido nos ouvidos, excesso de peso, perda da coordenação motora, epilepsia, coma etc. etc. etc.
Para os antipsicóticos, além de muitos dos de cima citados, espasmos musculares, rigidez muscular, diabetes, esgotamento das células brancas do sangue, perda da consciência, diminuição do fluxo de sangue no cérebro, constipação, hiperglicemia, inflamação no pâncreas etc. Os de longo prazo, coma, inflamação no coração, elevação de gorduras no fluxo sanguíneo, impotência sexual etc. etc. etc.
E não me venham dizer que qualquer aspirina tem efeitos colaterais, porque os efeitos acima mencionados não são efeitos colaterais (vejam o vídeo do canal sobre isso https://youtu.be/jp4Zovtd3cs), mas efeitos próprios de drogas desse tipo, que são do tipo como anfetaminas, cocaína, morfina e tantas outras da mesma taxionomia. Aspirina e remédios médicos têm efeitos colaterais porque, antes de tudo, eles atingem uma dor ou problema específico no organismo e, além disso, podem causar efeitos indesejáveis em outros órgãos, mas, fundamentalmente, atingem um “alvo” que existe e que é visível ou alcançável por instrumentos e tecnologias. O que as drogas psiquiátricas fazem não é atingir a nada de específico no corpo, porque não tem nada para atingir porque não existe doença física nestes casos psiquiátricos, mas elas alteram o comportamento mental e emocional de quem toma essas drogas, exatamente com as drogas chamadas “recreativas” como a maconha, o álcool ou as mais pesadas com cocaína, heroína e outras deste tipo.
Os efeitos mencionados acima são exatamente iguais ao de qualquer droga “recreativa” e portanto não podem ser comparados aos efeitos colaterais dos medicamentos médicos.
Os psiquiatras tendo todas essas informações, poderiam dar aos seus pacientes sem mentir para elas de que essas drogas atingem algo específico dentro do cérebro deles o qual é a causa de sua “doença” ou “transtorno” mental.
Enfim, a psiquiatria poderia ser socialmente mais benéfica se fosse um portal de distribuição de drogas psicoativas e mostrando para quem fosse buscar suas soluções as verdades sobre cada grupo de drogas e os perigos e efeitos que ela pode causar nos usuários. Seria mais benéfico para a sociedade, pois pararia com as enganações pesudomédicas e seria mais prestigioso para sua própria classe profissional. Mas para isso, teriam que abandonar o jaleco branco e a máscara de que são médicos ou que sua profissão é científica.